terça-feira, 13 de julho de 2010
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Dá-me mais
Preciso de mais. Preciso que me dês mais e de ter mais. Preciso de me sentir segura. Preciso de conseguir perceber que não é só um olhar fixo e incompreensível. Preciso de não me sentir sozinha, só isso. Gostava que caminhasses ao meu lado. Não digo para me levares ao colo, mas gostava que andasses do meu lado. Quero deixar que me conheças. Quero que me deixes conhecer-te também. Mas novamente preciso de mais. Não cedi desta vez, fui mais forte e fechei os olhos. Mas não sei por mais quanto tempo consigo ser forte . Não sei por mais quanto tempo é que conseguirei que as minhas memórias me afectem. Mas agora encontro-me equilibrada num fino fio e és tu que decides: se volto para trás ou continuo. Mas agora é diferente. Já arranjei maneira de me equilibrar confortavelmente onde estou neste preciso momento. Mas não me voltarei a dar se não fizeres o mesmo.
domingo, 23 de maio de 2010
sábado, 15 de maio de 2010
Deixa tudo para trás. Dá-me a mão. Juntos mais nada importa, costumava não importar. Costumávamos ser felizes, sem precisar de ningúem. Já não pensámos duas vezes e fugimos juntos. Vamos fazê-lo, outra vez! Vamos voar, chegar ao céu e alcançar as nossas estrelinhas. Tenho saudades de sentir o calor do teu corpo no meu. Tenho saudades de quando me davas a mão. Tenho saudades dos olhares que trocávamos e de toda a cumplicidade. Junta-te a mim. Preciso de ti. Preciso da tua amizade. Volta a ser meu e eu serei tua. Preciso das nossas conversas, preciso de ouvir a tua voz. Preciso apenas de te ver para ficar reconfortada. Não me deixes, sabes que não suportaria. Sabes que estou aqui, no mesmo sítio de sempre, se quiseres voltar sabes onde me encontrar. Por nós, pela amizade única que eu quero acreditar que ainda se mantém, e porque te adoro, acima de tudo.
domingo, 9 de maio de 2010
sábado, 1 de maio de 2010
É tão difícil saber os riscos e ao mesmo tempo cair nas armadilhas. Os caminhos não são tão simples. As estradas de ilusões atravessam-me o caminho. Tento encontrar-te, encontrar-me mas perco-te, perco-me. Desta vez, outra vez, caímos. Estou no chão, onde já sabia que iria estar mas sofro porque quis. Fiz a minha escolha. Escolhi o lado errado pois entreguei-me ao desejo. Mas por mais arduamente que te deseje, tenho que ter o mínimo de orgulho comigo. Agora tenho medo, quero esconder-me. Envergonho-me e orgulho-me. Não me arrependo. É tudo uma contradição. Aceito o presente e o passado já foi vivido. Provavelmente voltarei a fazer a escolha errada. Deste-me tudo, eu joguei com as cartas que tinha, arrisquei a zona de conforto e perdi o coração. Não sei o que esperar. Aguardarei, o tempo que for preciso, até a ferida sarar. É tudo assim, passa com o tempo. Espero fortemente vir a acreditar nisto, brevemente.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Não consigo pronunciar o teu nome naturalmente porque sempre que me concentro nas nossas memórias sinto um vazio no peito. Sinto-te distante. Sei que não é irreversível pois cabe-nos aos dois lutar. Se ambos o fizermos tudo volta ao que era, passe o tempo que passar. Por mais distantes e perdidas que as recordações parecem estar, elas são sólidas e marcaram - como uma tatuagem que não sai do corpo, do coração, da alma. Mas tenho saudades da proximidade. Luta comigo, rema no mesmo barco do que eu, contra todas as marés, pois sinto a tua falta.
domingo, 25 de abril de 2010
domingo, 11 de abril de 2010
Tenho estado sentado a ver a vida a passar pela calçada. Tenho estado à espera que um sonho se infiltre nos meus pensamentos escondidos. Começo a pensar no que aconteceria se deixasse este mundo para trás. Estaria o vento nas minhas costas? Conseguiria tirar-te da minha memória, desta vez?
Jonathan Rhys Meyers - This time (Tradução)
Jonathan Rhys Meyers - This time (Tradução)
Parece tudo tão distante mas tão presente. Quem me dera voltar a sentir tudo outra vez. Não cometer os erros que cometi. Voltar atrás. Mas isso nunca poderá acontecer. É a isto que chamamos vida. Faz parte enganarmo-nos, levantarmo-nos e voltarmos a cair. Os obstáculos são ultrapassados e virão outros. É bom sentir demasiado. É bom sentir e viver tudo intensamente. As desilusões fazem parte e vão sempre acompanhar-nos mas em tamanhas desilusões vai haver um passo que daremos que será o certo. E é nessa altura que olhamos para trás e vemos que valeu a pena. Porque não temos que chorar porque acabou mas sim sorrir porque aconteceu. E de certeza que nos faz crescer, ver a vida com outros olhos. E é nestas alturas em que aprendemos a viver novamente.
(...) Porque tu não estás velho demais para atingir objectivos e todas as respostas estão dentro das tuas almas(...) Porque não há nada no mundo que tu não possas alcançar por isso não enchas a tua vida de confusão e arrependimento(...) Mas eu espero que escolhas a estrada menos percorrida e espero que encontres a coragem para crescer. Porque cada um de nós tem um propósito aqui mas às vezes ele está escondido debaixo dos teus medos (...)
Rebelution - Courage to grow (Tradução)
Rebelution - Courage to grow (Tradução)
Porque é que eu tenho que voar sobre cada cidade acima e abaixo da linha? Eu morrerei lá nas nuvens. E tu que defendo, não amo. Eu acordo, é um pesadelo. Ninguém está ao meu lado. Tenho lutado mas apenas sinto-me demasiado cansado para continuar a lutar (...) Onde é que me encontrarei com o meu destino? (...) E quando me encontrarei com o meu fim? Em melhores tempos tu poderias ser meu amigo(...) Tu foste para longe agora. Onde vamos nós? Nem sequer conheço o meu velho rosto, estranho. E estou a pensar naqueles dias ...
Keane - A Bad Dream (Tradução)
Keane - A Bad Dream (Tradução)
domingo, 4 de abril de 2010
Parece que luto sozinha. Luto sozinha por perceber as pessoas, as atitudes e memórias. Guardo em mim memórias que também não me fazem uma pessoa mais feliz, confesso. Mas luto para que tudo seja diferente. Mas quase que me sinto a lutar por uma causa perdida. Vale a pena escrever sobre algo que parece nem ter fundamento? Atreve-te! Atreve-te a viver! Fá-lo por ti e por mais ninguém.
Vida. Parece tudo um jogo de interesses. O exterior é a única coisa que parece contar. Que é feito de nos sentarmos numa mesa a beber café, e resolver tudo ou simplesmente estar. Já não sabemos estar. Tudo parece virtual. As palavras perderam o sentido. Nada é sentido, é dito. Estamos a cair. E não vão haver pessoas suficientes para apanhar aqueles que insistem em ser fúteis. Chama-se realidade, não vivemos num sonho.Não basta fechar os olhos, fingir que nada aconteceu nem deixar andar. Ninguém luta. Estamos todos perdidos. Compreensão? Não consigo compreender este mundo, perdão. Falta-me força de vontade. Se o mundo acabar realmente, já digo para mim mesma, porque não? E daí?
Às vezes sinto que este mundo está todo ao contrário. Desiludimo-nos a toda a hora e sofremos porque queremos. Não conseguimos esquecer. Insistimos repetidamente nos mesmos assuntos. E nada parece verdadeiro. Pergunto porquê? Porque insistimos em magoar-nos? Porque não conseguimos decidir o melhor para nós e pô-lo em prática? Nada parece simples. Complicamos tudo ao mais alto nível.
terça-feira, 30 de março de 2010
quarta-feira, 24 de março de 2010
A confusão invade-me. O corpo e alma. Sinto-me cansada. Arrasto-me. Arrasto a cabeça para pensamentos que nem sempre são o melhor para mim. Mas já nem sei como agir. Como deve ser a minha atitude. Parece que tenho uma máscara. Mas tenho tantas dúvidas. Não consigo manter uma postura firme. Não consigo mandar para trás das costas tudo em três tempos. Ainda não consigo adaptar uma postura de indiferença. Tudo acontece tão rápido. Tanto consigo que sejas apenas um que passou e marcou mas passou, como parece que estás tão dentro de mim como dantes. Parece que me confundes a cabeça a toda a hora. Tiras-me do meu corpo em cada momento. Tiras-me a respiração cada vez que inspiro. Desconcentro-me. Não consigo aperceber-me que só caio no mesmo erro outra vez. Faço-me sofrer porque quero. Mas é tão difícil. Torna-se difícil concentrar-me. Porque as memórias permanecem comigo. Estão na minha cabeça, no meu corpo, naqueles lugares e palavras. E por mais que tente, elas vão atormentar-me sempre. Atingem-me nas alturas em que estou mais fraca. Tenho que tentar viver com elas. Arranjar maneira de as arrumar num espaço em mim. E quando tiver a morrer de saudades vou lá dar uma espreitadela. Até lá, acho que tenho que o fazer, pensar por mim, mais forte. Ultrapassar e não esquecer.
sábado, 20 de março de 2010
"solta-te
como se ainda fosses
um peixe a fugir da morte
e houvesse
por entre os dedos da noite
uma escada
de sereno veneno
por onde pudesses
mentir ao medo
e acordar numa hora
possível de dizer sim
um luminoso sim
e as marés
te olhassem nervosas
como se a palavra
ou o segundo
que tudo pode secar
te roesse a mão nua
e esse fosse
o instante da dor
ou o momento
de partir
deixa
que te durmam nos lábios
os velhos tambores
que te queimem os pés
as nuvens gastas
e que um outro lugar
rompa a areia do tempo
e rasgue o coração
como o céu do deserto
um lugar
que fosse como o ventre
dos sinos
e soasse almas sem lama
olhos sem raiva
que poisassem no mundo
sem o cegar"
Gil T. Sousa
como se ainda fosses
um peixe a fugir da morte
e houvesse
por entre os dedos da noite
uma escada
de sereno veneno
por onde pudesses
mentir ao medo
e acordar numa hora
possível de dizer sim
um luminoso sim
e as marés
te olhassem nervosas
como se a palavra
ou o segundo
que tudo pode secar
te roesse a mão nua
e esse fosse
o instante da dor
ou o momento
de partir
deixa
que te durmam nos lábios
os velhos tambores
que te queimem os pés
as nuvens gastas
e que um outro lugar
rompa a areia do tempo
e rasgue o coração
como o céu do deserto
um lugar
que fosse como o ventre
dos sinos
e soasse almas sem lama
olhos sem raiva
que poisassem no mundo
sem o cegar"
Gil T. Sousa
"(...) e ele sabe que nunca se poderá sentar ali sozinho. em nenhum lugar, em nenhuma dimensão se poderá sentar sozinho. porque no perímetro de quem respira… porque o leito por onde corre a respiração de alguém, é que é o chão mais profundo de um ser. é o lugar indizível do seu próprio divino. um espaço que só a água do sonho consegue ocupar. fundo, muito fundo, tão fundo como a eternidade. e é aí que evoluem todos os seres do seu ser, desamarrados do tempo, soltos, demorados como demora o rasto do último beijo no coração de quem ainda perde o que um dia a estrada levou."
Gil T. Sousa
Gil T. Sousa
"Gritarás o meu nome em ruas
desertas e a tua voz será
como a do vento sobre a areia:
um som inútil de encontro ao silêncio.
Não responderei ao teu apelo,
embora ardentemente o deseje.
O lugar onde moro é um obscuro
lugar de pedra e mudez:
não há palavras que o alcancem.
gelam-lhe os gritos por fora.
Serei como as areias que escutam
o vento e apenas estremecem.
Gritarás o meu nome em ruas
desertas e a tua voz ouvirá
o próprio som sem entender,
como o vento, o beijo da areia.
Teu grito encontrará somente
a angústia do grito ampliado,
vento e areia. Gritarás o meu
nome em ruas desertas."
Rui Knopfli
desertas e a tua voz será
como a do vento sobre a areia:
um som inútil de encontro ao silêncio.
Não responderei ao teu apelo,
embora ardentemente o deseje.
O lugar onde moro é um obscuro
lugar de pedra e mudez:
não há palavras que o alcancem.
gelam-lhe os gritos por fora.
Serei como as areias que escutam
o vento e apenas estremecem.
Gritarás o meu nome em ruas
desertas e a tua voz ouvirá
o próprio som sem entender,
como o vento, o beijo da areia.
Teu grito encontrará somente
a angústia do grito ampliado,
vento e areia. Gritarás o meu
nome em ruas desertas."
Rui Knopfli
Palavras na noite
Continuas igual. Não mudas. Uma vez mais, diante
desta noite que agora cai limpando os teus olhos,
mentes e dispões-te a expressar com palavras
aquilo que não encontra forma e escapa ao pensamento:
esta emoção que brota dentro de ti e consome
toda a tua vida, pura como um papel que arde.
E ainda que não ignores ser um trabalho inútil
deixar aqui rendida uma recordação desta noite,
que tudo isto, que agora parece eterno, acaba
sem que um poema, um gesto, o condene ou salve,
continuas igual, não mudas: sem vaidade, com medo,
vais selando a sua morte, até que chegue a alba.
José Mateos
desta noite que agora cai limpando os teus olhos,
mentes e dispões-te a expressar com palavras
aquilo que não encontra forma e escapa ao pensamento:
esta emoção que brota dentro de ti e consome
toda a tua vida, pura como um papel que arde.
E ainda que não ignores ser um trabalho inútil
deixar aqui rendida uma recordação desta noite,
que tudo isto, que agora parece eterno, acaba
sem que um poema, um gesto, o condene ou salve,
continuas igual, não mudas: sem vaidade, com medo,
vais selando a sua morte, até que chegue a alba.
José Mateos
"Pra voce guardei o amor que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar sentir
Sem conseguir provar, sem entregar e repartir (...)
Vou nascer de novo (...)
Guardei sem ter porque
Nem por razão ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Para ter um jeito meu de me mostrar
Achei, vendo em você explicação, nehuma isso requer
Se o coração bater forte e arder, no fogo o gelo vai queimar."
Nando Reis e Ana Cañas
O amor que tive e vi sem me deixar sentir
Sem conseguir provar, sem entregar e repartir (...)
Vou nascer de novo (...)
Guardei sem ter porque
Nem por razão ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Para ter um jeito meu de me mostrar
Achei, vendo em você explicação, nehuma isso requer
Se o coração bater forte e arder, no fogo o gelo vai queimar."
Nando Reis e Ana Cañas
Não consigo explicar nem perceber o que sinto. Acho que posso dizer que é inútil. Sinto-me inútil. Estou fora daqui, fora do meu corpo, fora da minha cabeça. Perdida por aí. Pergunto-me porque insistes em falar-me? Não percebes que dói? Porque é que só vês o teu sofrimento? Não consegues perceber que me estou a recompor? A tentar construir do zero, recomeçar, e que a tua voz e presença só me faz cair novamente? Deixa-me! Solta-me! Deixa-me ir, seguir em frente. Por favor. Gosto de te ver feliz, juro. Mas deixa-me tentar sê-lo também. (...) Preciso de respostas, não as consigo encontrar, por mais que tente. Ilumina-me, estou farta de andar no escuro. Tenho medo de cada passo. Não vale a pena escrever. As linhas estão escondidas, as palavras não fazem sentido, estão desligadas, são inseguras e inúteis. Estou vazia. Sinto-me acabada. É uma despedida. Adeus. FIM.
terça-feira, 16 de março de 2010
domingo, 14 de março de 2010
Um beijo
Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!
Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.
Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?
Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto....
Olavo Bilac
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!
Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.
Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?
Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto....
Olavo Bilac
sábado, 13 de março de 2010
quinta-feira, 11 de março de 2010
segunda-feira, 8 de março de 2010
Eu tento respirar mas sinto que não tenho ar nos pulmões. Tento escalar montanhas mas a cada passo que dou há um pé que insiste em fugir-me. Tento chegar ao céu mas apercebo-me que não tenho asas. Quando o sol parece que voltou a brilhar há uma nuvem que o tapa. E as nuvens continuam sempre a vir. E volto a ter uma recaída. Não consigo ver o céu limpo. Vêm-me à cabeça memórias que insistem em fazer o meu coração bater mais rápido e a respiração ser irregular. Tudo falha quando as palavras parecem desligadas. Preciso de segurança e não a consigo encontrar. Tento ter os pés assentes no chão mas ele está torto e eu estou sempre a deparar-me com buracos. O mundo parece diferente aos meus olhos. Desiludiu-me e eu não consigo fazer nada para o fazer brilhar novamente. Mas eu juro que estou a tentar, a cada passo que dou.
domingo, 7 de março de 2010
"Não pares, não pares de tentar, não pares de acreditar, continua. Procura inspiração e transpiração, procura o novo, reinventa o velho, não pares. Não deixes a meio, não fiques pelo caminho. Chega em primeiro, chega em último. Mas não fiques para trás. Parar é parar de viver. Não pares de ouvir musica, não pares de a dançar. Não desistas: de olhar, de sentir, de te comprometeres e de te contradizeres, de errares e remendares. Não pares de te iludir e desiludir, não pares de correr, ser criança, de crescer. Não pares de ler, de decifrar as letras pequeninas, de ver as entrelinhas, de entender o mundo onde vives. Continua a andar, a assobiar e a tropeçar, a perseguir e a prosseguir, não pares de questionar, não pares de exclamar. Não pares, vai mais longe, mais longe do que julgavas ser capaz."
"Meus pés não tocam mais o chão
Meus olhos não vêem a minha direção
Da minha boca saem coisas sem sentido
Você era o meu farol e hoje estou perdido
O sofrimento vem à noite sem pudor
Somente o sono ameniza a minha dor
Mas e depois? E quando o dia clarear?
Quero viver do teu sorriso, teu olhar
Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz, sem ar
Perdi o jogo, e tive que te ver partir
E a minha alma, sem motivo pra existir
Já não suporto esse vazio quero me entregar
Ter você pra nunca mais nos separar
Você é o encaixe perfeito do meu coração
O teu sorriso é chama da minha paixão
Mas é fria a madrugada sem você aqui,
Só com você no pensamento"
D'Black - Sem ar
Meus olhos não vêem a minha direção
Da minha boca saem coisas sem sentido
Você era o meu farol e hoje estou perdido
O sofrimento vem à noite sem pudor
Somente o sono ameniza a minha dor
Mas e depois? E quando o dia clarear?
Quero viver do teu sorriso, teu olhar
Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz, sem ar
Perdi o jogo, e tive que te ver partir
E a minha alma, sem motivo pra existir
Já não suporto esse vazio quero me entregar
Ter você pra nunca mais nos separar
Você é o encaixe perfeito do meu coração
O teu sorriso é chama da minha paixão
Mas é fria a madrugada sem você aqui,
Só com você no pensamento"
D'Black - Sem ar
Sinto-me distante. Sinto que tudo já se foi desgastando com o tempo e o silêncio. Acho que de certa forma é bom. Ainda me vêm à cabeça memórias, naturalmente, mas devido à sequência dos acontecimentos parece tudo muito mais fácil. Realmente foram apenas uns dias da minha vida e é indescritível o sofrimento que passei e luto por ultrapassar se foram umas horas. Horas que parece que conseguiste tornar em anos. Pensarei que foi bom enquanto durou. Mas prefiro lembrar-me daquelas escassas horas e não de todos aqueles dias de silêncio, da minha espera martirizante, do que tenho vindo a passar. Aconteceu, sim, e tornou-me mais forte. Sinto que vou ter que passar por muito mais ainda e talvez não seja nada comparado. A fraqueza atinge-nos a todos numa certa altura. Ajudaste-me nisto, de certa forma. A ficar mais atenta. Agora estou com três pés atrás. Estou preparada e com medo. Medo mas agora sei que já não estou tão sozinha de certa forma. Sei que tenho quem me espante os meus monstros e inseguranças. Falhei mas vou recuperar. Todos erramos. Sinto-me melhor. Sinto que alguns cacos se estão a colar com a cola de todo o amor que recebo das amizades que me fazem aguentar, viver e lutar. E é para isso que aqui estou. E se for por vocês vou lutar. Lutarei até ao fim, tal como lutaram comigo. E sabes que mais? Obrigada. Obrigada por me teres aberto ainda mais os olhos. Mas, sinceramente desceste, estás mesmo cá em baixo apesar de ainda permaneceres no meu coração. Mas acredita que de uma maneira muito diferente. É bom sentir que nunca alcançaste o que eles alcançaram. Assim as feridas expostas vão começar a ser apenas internas e também essas vão sarar. Foi importante mas tem que se conseguir saber quando acaba e temos que saber aceitar. E já me estou a mentalizar. Estou diferente.
"Mas é preciso morrer e nascer de novo, semear no pó e voltar a colher. Há que ser trigo, depois ser restolho. Há que penar para aprender a viver. E a vida não é existir sem mais nada. A vida não é dia sim, dia não. É feita em cada entrega alucinada, para receber daquilo que aumenta o coração."
Mafalda Veiga - Restolho
terça-feira, 2 de março de 2010
Tenho os olhos fechados e a cabeça pesada. Sinto esta leve brisa na cara que suaviza os meus pensamentos e tira-me deste corpo. Agora os pensamentos parecem miragens. Acho que a estrada agora se vê, a vista ficou clara mas neste momento parece infinita. Será que a vou conseguir caminhar? Se me perder arranjo maneira de me encontrar... O mundo é um momento e cada momento é uma vida. E são estes momentos que me fazem pensar que é mesmo isto. Faz parte. Aconteceu, e depois? Acabou, e? Agora vai aparecer algo novo e serei feliz e completa na mesma. Pode ser ainda maior a emoção. Posso ficar perdida para sempre e não me vou importar. Encontrar me-ás. Encontra-me!
segunda-feira, 1 de março de 2010
"Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis. Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas que pensei nunca me decepcionar, mas também já decepcionei alguém. Já abraçei para proteger, já ri quando não podia, e fiz amigos eternos. Já gritei e saltei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas, magoei-me muitas vezes. Já chorei a ouvir musica e a ver fotografias, já liguei só para ouvir uma voz, apaixonei-me por um sorriso. Já pensei que fosse morrer de tantas saudades, e tive medo de perder alguém especial. Mas vivi, e ainda vivo. Não passo simplesmente pela vida."
Sinto que morri por dentro. Sinto-me arrasada. Sinto que estou partida em pedaços e que eles se espalharam por aí. Sinto-me de rastos. Hoje percebi tudo. Obrigada. Ideias erradas, não consigo jamais encontrar tal confiança. Tenho medo. Tenho medo de tudo agora, de falhar, de perder, de cair novamente. Sinto que fui com o vento e com o mar, sinto que as folhas me levaram. Sinto-me inundada de mágoas. Estou no chão sem conseguir encontrar forças para me levantar. Não encontro ninguém. Estou só. Sinto-me destruída. Vozes na minha cabeça persistem em perguntar porquê. Mas já não quero uma resposta. Como foi possível tal desilusão? Como me enganei de tal maneira? Não consigo encontrar segurança nem conforto. Agora tudo faz sentido. Acabou sim. Foi o fim. Cheguei ao fim da linha, já não há nada a percorrer. Estou perdida. Perdida em mim própria, no meu corpo. Já não me sinto em mim. Como te dei o meu coração acho que estou vazia. O meu corpo é pesado, é como se me arrastasse. A minha cabeça gira a mil à hora, entretanto parece parada. Parece que o mundo me passa pelos olhos sem me afectar. Porque já nada importa, não agora. Tudo perdeu o sentido. Nada faz sentido, não há nexo. Os gestos mais simples perderam a lógica, tudo parece uma obrigação. Já não consigo esboçar um sorriso verdadeiro. Parece que as lágrimas vão derramar pela minha cara a qualquer segundo. E são tantas ... É preciso um esforço tão grande ... E já não sei se tenho forças, desisto. Novamente. Mas agora não há volta a dar. Foi de vez. Um ponto Final. Não tenho mais forças para lutar. Ficarei no chão. Hoje e parece que por mais uns bons pares de dias. Ficarei.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
"Passou tempo. Como pode passar tempo quando tudo no mundo parou? Os lugares, os gestos, perdem sentido, e o tempo, como uma inclemência maior do que a morte, passa nas casas mais distantes e, pior, passa dentro das coisas paradas e impossíveis. Todos os homens deixam, depois de si, o tempo. Nas suas memórias mortas, o passado mistura-se com o presente. No mundo, o tempo é imparável e é sempre presente. O futuro não chega nunca. O passado nunca existiu. O tempo corre parado. A eternidade existe agora. A eternidade do tempo é igual a este preciso instante. E, no entanto, quando estávamos no quarto, passou tempo. Tenho a certeza de que passou tempo. Todos sentimos que passou tempo. (...)"
José Luís Peixoto, Uma Casa na Escuridão
José Luís Peixoto, Uma Casa na Escuridão
Peço-te sinceridade. Peço-te que sejas honesto comigo e que consigas dizer tudo o que não conseguiste dizer. Quero que o faças para acabares com isto. Aumentares o meu sofrimento mas a longo prazo não é mais fácil. Não me deixes mais assim. Preciso de clareza. Ajuda-me nisto, por favor. Deixei o meu orgulho para trás e ainda não desisti, ainda não o fiz por ti. Não me deixes mais na ilusão. Estou-te sempre a dar novas oportunidades mas já não consigo mais. Não tenho mais condições de sofrer. Esta é a última vez. Depois acabou.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Sinto-me fraca, cansada, exausta, a sufocar. Nesta escuridão há-de haver uma luz mas eu não a consigo encontrar. Estou viva, mas estou só. Parte de mim está a lutar mas parte de mim já partiu. Estou aqui sem ti mas continuas na minha mente solitária. Quando a noite me envolve sinto que não vou conseguir ultrapassar tudo outra vez.
Já não consigo lutar, por agora não. Mas não desistas de mim, preciso de ti ao meu lado e dentro de mim. Com ele consegui sentir-me feliz, e senti que era o que queria. E a felicidade fugiu-me das mãos, perdi-a. E custa-me saber que falhei. Que dei outro erro e não consegui. Saber que dei a queda que não queria dar. Não depois de tudo o que aconteceu. Algo que parecia estar nas minhas mãos, não passou de uma desilusão. Falhei. Falhei em mim. Falhei porque não alcançei. E agora tenho que viver com isso (...) e esta é a verdade pura e dura e tenho que o aceitar. E tudo o que disse foi uma mentira. Isso é que me custa...
"Não sabes que a água é como as pedras e respira levemente ampliando-se em sedimentos breves e figuras que renascem em cada momento em que existimos?
Não sabes que o olhar é outro tacto que se abre ao desejo e a inquietude onde tudo se reúne e se transforma nos sinais subtílimos da paixão?
Não sabes que o silêncio é uma expressão de contiguidade e doçura quando o tempo é quase uma fissura e outra hipótese para que o caminho se abra mais adiante?
Talvez se fosses que persistisses em ver no sortilégio uma carícia onde tudo fosse possível sobre a terra sem mais magia do que a que vem da vida."
Não sabes que o olhar é outro tacto que se abre ao desejo e a inquietude onde tudo se reúne e se transforma nos sinais subtílimos da paixão?
Não sabes que o silêncio é uma expressão de contiguidade e doçura quando o tempo é quase uma fissura e outra hipótese para que o caminho se abra mais adiante?
Talvez se fosses que persistisses em ver no sortilégio uma carícia onde tudo fosse possível sobre a terra sem mais magia do que a que vem da vida."
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
De olhos postos em ti sinto um vazio. Adorava que o preenchesses. Mas já não há volta a dar. Segue o teu caminho. Espero que sejas muito feliz. Espero que encontres alguém que acenda a tua chama interior, tal como em dias acendeste a minha. Sê livre. Orgulhar-me-hei de ti. Juro. Vai que eu ficarei aqui. No mesmo sítio de sempre.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
(...) Sinto que estou fechada, fria. Depois de muita coisa que aconteceu tornei-me assim. Tudo me consumiu e envolveu de tal maneira que estou fraca. Sem forças para vencer isto novamente. Estou cansada. Cansada de lutar. Sinto-me sempre a desistir. Não tenho apoios. Estou em baixo. Sinto que apesar de ter caído já, ainda há mais não sei quantas camadas por baixo e eu vou caindo, continuando a cair. E cada uma destas quedas custa tanto... E cada queda me torna menos forte. Apesar de me sentir assim parece que cada vez é pior mesmo que pareca que já não pode ser mais. Parece que me engano. A cada passo que dou tenho outra desilusão, me engano acerca de outra coisa. Será que há algo certo na minha vida? (...) Foi tudo na minha cabeça. Uma ilusão e desilusão.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Sonho contigo. És o meu sonho. Quem me dera não voltar a acordar e descobrir novamente que era um sonho. Tirem-me esta desilusão. Por favor. Não quero abrir os olhos, não quero! Sei que o peito vai doer. Estou farta de sofrer. Não quero mais isto. Digam-me que não foi um sonho. Digam-me que não vou ter outra desilusão. Digam-me que não foi tudo na minha cabeça. Eu preciso que seja real. Não mais um sonho. Preciso de ti. Não quero acordar, não quero abrir os olhos. Ou então estou enganada... É isto o sonho? Então acordem-me para poder voltar acordar junto de ti, ver o teu rosto, e apaixonar-me novamente, mais uma vez...
Já não sei o que quero. Num momento digo que é passado e que tenho que deixar ir, e no instante a seguir já estou a dizer que te quero. Quero-te, quero-te, quero-te! É o que mais quero, a única coisa que peço. Não te posso ter perdido, não posso! Fui idiota. Só queria poder voltar atrás para sentir os teus braços a envolverem-me, aí congelaria o tempo. Porque é que já não estás em mim? Quero-te! Volto a pensar. Não posso pensar assim. A desilusão têm-me por completo. Sinto-me inútil. Sinto que isto me consome e me destrói lentamente. Sinto que outro gigantesco pedaço se soltou. Haverão assim tantos mais? Desisto! Levem tudo! Não tenho mais forças, não quero resistir! Levem tudo, levem-me! Não sou feliz aqui. Tiraram-me tudo o que me podiam ter tirado de certa forma. Só quero ter-te novamente. Ou será que alguma vez te tive? Quero-te. Volta a invadir a minha cabeça... Pára! Chega. Volta! Desisti. Por hoje voltei a morrer.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
Sei o que é dormir encolhida porque me dói o peito, sinto que o meu coração está prestes a partir em cacos. Sei o que é estar aterrorizada por pensar no que vou ter que passar até ultrapassar isto. Sei o que é ter medo de adormecer, de fechar os olhos porque sei que vou voltar a acordar a meio da noite com a cabeça invadida de memórias. Sei o que é todas as noites derramar lágrimas mesmo dizendo para mim própria que não o posso fazer, ele não merece, eu não mereco, isto é inútil, mas vai acabar. Não pode continuar assim. Um dia vou conseguir cessá-las. E depois um dia vão passar a ser dois, e depois dias. Tenho vindo a acreditar que depois disto o meu coração vai ficar forte, como uma pedra. Não me vai acontecer isto próximamente. Não posso ser ingénua. Mas o coração também vai estar mais maduro assim. Sinto que tenho que ultrapassar isto por mim. Tenho que ser forte.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Simplesmente não o posso fazer sózinha. Preciso que construas o castelo comigo. Preciso que remes no mesmo barco que eu. Não consigo fazer o papel dos dois. Como houve falta de interesse só pude desistir. Já havia demasiado cansaço da minha parte. Não me tentes levantar mais porque eu já caí e já estou num buraco bem fundo. Já não vale a pena. Esquecerei.
É horrível saber quando acaba. Saber que tudo caiu. Saber que não há mais nada que eu possa fazer ou dizer. Que tentei tudo e mesmo assim não foi suficiente. Que ao meu alcance já só posso lamentar. Lamentar não poder ser feliz assim. Agora o pássaro já voou da minha mão. Por mais que tente eu não tenho asas e não o posso apanhar. Resta-me as memorias de quando ele estava nos meus braços e quando tinha o poder de o acariciar e lhe sabia dar o devido valor. Apenas vai restar saudades. Saudades de algo que me pertenceu e que agora se tornou em cacos. Tal como o meu coração porque te perdi. E desta vez foi de vez. As lágrimas já não caem. Já não tenho forças para chorar. Tudo acabou. Não há qualquer esperança que volte a ser o mesmo. Magoa. Mas magoa menos ao saber que estas feliz mas sem mim. Ao menos um de nos está bem. E parecendo que não, isso é importante para mim. É importante para mim ver-te bem e com um sorriso na cara. Por mais ridículo que pareça, ao estares bem parte de mim esta bem. Restam recordações. E para mim não foi em vão apesar de saber que para ti foi. Agora vou habituar-me a tal facto. Vou ultrapassar. Seguir em frente. Agora tenho tudo para o fazer. Não me vou mais agarrar a ilusões. Vou ser mais forte que isto. Vou superar. Um dia. Vou ser feliz.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
"Espelho meu, espelho meu, será o teu mundo melhor que o meu?
Terás guerras e fome como como eu tenho no meu planeta? Tens, por ventura, a triste angústia de viver no sítio onde as pessoas vão de oito a oitenta? Diz-me, espelho meu, se tens tamanhas desumanidades como eu tenho no meu mundo.
Vivo numa realidade sem fé onde o respeito é inexistente, sacrifício para combater desigualdades não anda para a frente. Vivo numa realidade em que todos se maltratam, se deitam abaixo e descriminam, e só a dor fica, a dor de ser rejeitado por aqueles que os “assassinam”.
Oh, espelho meu, porque tenho de viver neste mundo enquanto podia viver nesse? Aqui todos sabem dos problemas sociais ou ambientais, mas nada fazem até que a situação se torne apocalíptica. Há falta de ideias, aqueles que nos fazem falta estão sentados no banco, enquanto jogam os financeiros e os mais interesseiros que existem.
Eu não quero viver num mundo assim, espelho meu, sinto-me enganada não pelo mundo mas pelos que aqui vivem. Não se dão ao trabalho de comungarem em prol de um mundo melhor, que a fim do cabo é o desejo de todos.
Mas tudo isto não passa de uma utopia, que de dia para dia, se afasta mais da realidade, que na verdade, é igual à tua, espelho meu.
Por isso, neste mundo e no teu, o amor não rima com poesia, mas devia."
João Charrua
Terás guerras e fome como como eu tenho no meu planeta? Tens, por ventura, a triste angústia de viver no sítio onde as pessoas vão de oito a oitenta? Diz-me, espelho meu, se tens tamanhas desumanidades como eu tenho no meu mundo.
Vivo numa realidade sem fé onde o respeito é inexistente, sacrifício para combater desigualdades não anda para a frente. Vivo numa realidade em que todos se maltratam, se deitam abaixo e descriminam, e só a dor fica, a dor de ser rejeitado por aqueles que os “assassinam”.
Oh, espelho meu, porque tenho de viver neste mundo enquanto podia viver nesse? Aqui todos sabem dos problemas sociais ou ambientais, mas nada fazem até que a situação se torne apocalíptica. Há falta de ideias, aqueles que nos fazem falta estão sentados no banco, enquanto jogam os financeiros e os mais interesseiros que existem.
Eu não quero viver num mundo assim, espelho meu, sinto-me enganada não pelo mundo mas pelos que aqui vivem. Não se dão ao trabalho de comungarem em prol de um mundo melhor, que a fim do cabo é o desejo de todos.
Mas tudo isto não passa de uma utopia, que de dia para dia, se afasta mais da realidade, que na verdade, é igual à tua, espelho meu.
Por isso, neste mundo e no teu, o amor não rima com poesia, mas devia."
João Charrua
(...) Questiono-me se alguma vez esta dor no peito aliviará, se as lágrimas secarão com o vento, se o mar conseguirá levar consigo esta tristeza permanente. Se alguma vez recuperarei. Sinto-me fraca, sensível, capaz de cair ao mínimo toque, com toda a pressão. E aí apetece-me ficar no chão, não me levantar. Permanecer. (...) Terá sido ilusão? Será isto tudo na minha cabeça? Uma parte estava comigo, outra estava ali, quase ao meu alcançe. Mas não cheguei lá. (...) Terá sido um erro? (...)
(...) Não se dá o benefício da dúvida, fazem-se juízos de valor. (...) Já não há ligações entre as pessoas. Há falsidade, inveja e interesseirismo. Não há objectivos. Não há liberdade. Não há distinção. São todos iguais. Ninguém pensa por si. São todos consumidos por ideias impostas, introduzidas. Ninguém se questiona. Ninguém faz algo para melhorar. É triste. Estão todos a destruir-se, a cair na redundância, na rotina, na mesma espiral de medo. Não é neste mundo que eu quero viver. Esta não sou eu.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
"Estou cansada de sonhar, de desejar, de te querer e não te ter, de nunca saber se pensas ou não em mim, se à noite adormeces com saudades no peito ou te deitas com outras mulheres. Depois de todas as palavras e de todas as esperas, fiquei sem armas e sem forças. Sobra-me apenas a certeza de que nada ficou por fazer ou dizer, que os sonhos nunca se perderam, apenas se gastaram com a erosão do tempo e do silêncio." Margarida Rebelo Pinto
"A paixão é mesmo isto, nunca sabemos quando acaba ou se transforma em amor, e eu sabia que a tua paixão não iria resistir à erosão do tempo, ao frio dos dias, ao vazio da cama, ao silêncio da distância. Há um tempo para acreditar, um tempo para viver e um tempo para desistir..."
Margarida Rebelo Pinto
Margarida Rebelo Pinto
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Não posso adiar o amor para outro século
não posso ainda que o grito sufoque na garganta
Não posso adiar ainda que a noite pese séculos sobre as costas e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
António Ramos Rosa
não posso ainda que o grito sufoque na garganta
Não posso adiar ainda que a noite pese séculos sobre as costas e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
António Ramos Rosa
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos
E por vezes encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
David Mourão-Ferreira
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos
E por vezes encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
David Mourão-Ferreira
Aconteceu
À medida que as nossas mãos estavam unidas e a sua mão percorria o meu corpo, o seu nariz encostou-se ao meu e estávamos próximos novamente. Depois os lábios voltaram a tocar-se e todo aquele sentimento voltava a percorrer-nos.
Passado
Senti-te comigo. Por uns instantes. Nem que fosse por pouco tempo ou agora pertencesse ao passado. Estavas em mim.
domingo, 31 de janeiro de 2010
(Behind Blue Eyes)
"Ninguém sabe como é (...) por trás de olhos tristes;
Mas os meus sonhos não são tão vazios quanto a minha consciência parece ser;
Passo horas, somente sozinho;
O meu amor é a vingança que nunca é livre;
Ninguém sabe como é, sentir estes sentimentos;
Nenhuma das minhas aflições ou dores.. podem transparecer."
Mas os meus sonhos não são tão vazios quanto a minha consciência parece ser;
Passo horas, somente sozinho;
O meu amor é a vingança que nunca é livre;
Ninguém sabe como é, sentir estes sentimentos;
Nenhuma das minhas aflições ou dores.. podem transparecer."
Quase
Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém... (...)
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minha alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo ... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...(...)
Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi... (...)
Mário de Sá-Carneiro
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém... (...)
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minha alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo ... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...(...)
Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi... (...)
Mário de Sá-Carneiro
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