segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

"Espelho meu, espelho meu, será o teu mundo melhor que o meu?
Terás guerras e fome como como eu tenho no meu planeta? Tens, por ventura, a triste angústia de viver no sítio onde as pessoas vão de oito a oitenta? Diz-me, espelho meu, se tens tamanhas desumanidades como eu tenho no meu mundo.
Vivo numa realidade sem fé onde o respeito é inexistente, sacrifício para combater desigualdades não anda para a frente. Vivo numa realidade em que todos se maltratam, se deitam abaixo e descriminam, e só a dor fica, a dor de ser rejeitado por aqueles que os “assassinam”.
Oh, espelho meu, porque tenho de viver neste mundo enquanto podia viver nesse? Aqui todos sabem dos problemas sociais ou ambientais, mas nada fazem até que a situação se torne apocalíptica. Há falta de ideias, aqueles que nos fazem falta estão sentados no banco, enquanto jogam os financeiros e os mais interesseiros que existem.
Eu não quero viver num mundo assim, espelho meu, sinto-me enganada não pelo mundo mas pelos que aqui vivem. Não se dão ao trabalho de comungarem em prol de um mundo melhor, que a fim do cabo é o desejo de todos.
Mas tudo isto não passa de uma utopia, que de dia para dia, se afasta mais da realidade, que na verdade, é igual à tua, espelho meu.
Por isso, neste mundo e no teu, o amor não rima com poesia, mas devia."

João Charrua

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