domingo, 28 de fevereiro de 2010

"O tempo passa depressa, o dia esvai-se dentro de mim, os primeiros traços de escuridão de há uns meses ocupam cada vez mais espaço. Na mais profunda solidão espero ser livre, desesperado e abandonado choro, não tenho forças para lutar por muito mais tempo."
Daniel Sampaio
"Sinto no peito a dor de um enorme esforço para viver. Vou a caminho de ti e não sei onde estás, procuro-te em cada esquina."
Daniel Sampaio
"Passou tempo. Como pode passar tempo quando tudo no mundo parou? Os lugares, os gestos, perdem sentido, e o tempo, como uma inclemência maior do que a morte, passa nas casas mais distantes e, pior, passa dentro das coisas paradas e impossíveis. Todos os homens deixam, depois de si, o tempo. Nas suas memórias mortas, o passado mistura-se com o presente. No mundo, o tempo é imparável e é sempre presente. O futuro não chega nunca. O passado nunca existiu. O tempo corre parado. A eternidade existe agora. A eternidade do tempo é igual a este preciso instante. E, no entanto, quando estávamos no quarto, passou tempo. Tenho a certeza de que passou tempo. Todos sentimos que passou tempo. (...)"
José Luís Peixoto, Uma Casa na Escuridão
Peço-te sinceridade. Peço-te que sejas honesto comigo e que consigas dizer tudo o que não conseguiste dizer. Quero que o faças para acabares com isto. Aumentares o meu sofrimento mas a longo prazo não é mais fácil. Não me deixes mais assim. Preciso de clareza. Ajuda-me nisto, por favor. Deixei o meu orgulho para trás e ainda não desisti, ainda não o fiz por ti. Não me deixes mais na ilusão. Estou-te sempre a dar novas oportunidades mas já não consigo mais. Não tenho mais condições de sofrer. Esta é a última vez. Depois acabou.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

"Difícil não é lutar por aquilo que se quer, mas sim desistir daquilo que mais se ama. Eu desisti. Mas não foi por não ter coragem de lutar, mas sim por não ter mais condições de sofrer."
Sinto-me fraca, cansada, exausta, a sufocar. Nesta escuridão há-de haver uma luz mas eu não a consigo encontrar. Estou viva, mas estou só. Parte de mim está a lutar mas parte de mim já partiu. Estou aqui sem ti mas continuas na minha mente solitária. Quando a noite me envolve sinto que não vou conseguir ultrapassar tudo outra vez.
Já não consigo lutar, por agora não. Mas não desistas de mim, preciso de ti ao meu lado e dentro de mim. Com ele consegui sentir-me feliz, e senti que era o que queria. E a felicidade fugiu-me das mãos, perdi-a. E custa-me saber que falhei. Que dei outro erro e não consegui. Saber que dei a queda que não queria dar. Não depois de tudo o que aconteceu. Algo que parecia estar nas minhas mãos, não passou de uma desilusão. Falhei. Falhei em mim. Falhei porque não alcançei. E agora tenho que viver com isso (...) e esta é a verdade pura e dura e tenho que o aceitar. E tudo o que disse foi uma mentira. Isso é que me custa...
Age sem nada esperar.
Como é que o silêncio conseguiu ser tão alto?
"Não sabes que a água é como as pedras e respira levemente ampliando-se em sedimentos breves e figuras que renascem em cada momento em que existimos?

Não sabes que o olhar é outro tacto que se abre ao desejo e a inquietude onde tudo se reúne e se transforma nos sinais subtílimos da paixão?

Não sabes que o silêncio é uma expressão de contiguidade e doçura quando o tempo é quase uma fissura e outra hipótese para que o caminho se abra mais adiante?

Talvez se fosses que persistisses em ver no sortilégio uma carícia onde tudo fosse possível sobre a terra sem mais magia do que a que vem da vida."
''Em 2 segundos meteste-me a alma de joelhos como eu já não pensei ser capaz''

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

De olhos postos em ti sinto um vazio. Adorava que o preenchesses. Mas não volta a dar. Segue o teu caminho. Espero que sejas muito feliz. Espero que encontres alguém que acenda a tua chama interior, tal como em dias acendeste a minha. Sê livre. Orgulhar-me-hei de ti. Juro. Vai que eu ficarei aqui. No mesmo sítio de sempre.
Parece que vivo na expectativa que sejas tu ao virar a esquina.
Danças na minha memória e insistes em permanecer e reacender memórias.
"esse corpo, que ele guarda num canto de si próprio"
Nuno Júdice
Tenho a alma derrotada.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Dei-me a ti. Perdeste-me.
Sinto que cada dia estou pior, que esta desilusão ocupa mais partes de mim e me envolve nela. Sinto-me uma sombra sozinha.
(...) Sinto que estou fechada, fria. Depois de muita coisa que aconteceu tornei-me assim. Tudo me consumiu e envolveu de tal maneira que estou fraca. Sem forças para vencer isto novamente. Estou cansada. Cansada de lutar. Sinto-me sempre a desistir. Não tenho apoios. Estou em baixo. Sinto que apesar de ter caído já, ainda há mais não sei quantas camadas por baixo e eu vou caindo, continuando a cair. E cada uma destas quedas custa tanto... E cada queda me torna menos forte. Apesar de me sentir assim parece que cada vez é pior mesmo que pareca que já não pode ser mais. Parece que me engano. A cada passo que dou tenho outra desilusão, me engano acerca de outra coisa. Será que há algo certo na minha vida? (...) Foi tudo na minha cabeça. Uma ilusão e desilusão.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sonho contigo. És o meu sonho. Quem me dera não voltar a acordar e descobrir novamente que era um sonho. Tirem-me esta desilusão. Por favor. Não quero abrir os olhos, não quero! Sei que o peito vai doer. Estou farta de sofrer. Não quero mais isto. Digam-me que não foi um sonho. Digam-me que não vou ter outra desilusão. Digam-me que não foi tudo na minha cabeça. Eu preciso que seja real. Não mais um sonho. Preciso de ti. Não quero acordar, não quero abrir os olhos. Ou então estou enganada... É isto o sonho? Então acordem-me para poder voltar acordar junto de ti, ver o teu rosto, e apaixonar-me novamente, mais uma vez...
Já não sei o que quero. Num momento digo que é passado e que tenho que deixar ir, e no instante a seguir já estou a dizer que te quero. Quero-te, quero-te, quero-te! É o que mais quero, a única coisa que peço. Não te posso ter perdido, não posso! Fui idiota. Só queria poder voltar atrás para sentir os teus braços a envolverem-me, aí congelaria o tempo. Porque é que já não estás em mim? Quero-te! Volto a pensar. Não posso pensar assim. A desilusão têm-me por completo. Sinto-me inútil. Sinto que isto me consome e me destrói lentamente. Sinto que outro gigantesco pedaço se soltou. Haverão assim tantos mais? Desisto! Levem tudo! Não tenho mais forças, não quero resistir! Levem tudo, levem-me! Não sou feliz aqui. Tiraram-me tudo o que me podiam ter tirado de certa forma. Só quero ter-te novamente. Ou será que alguma vez te tive? Quero-te. Volta a invadir a minha cabeça... Pára! Chega. Volta! Desisti. Por hoje voltei a morrer.
Vivo nesta utopia sem consegir sair dela.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Consigo lembrar-me da sensação de sentir os teus lábios nos meus e perder-me em ti.
As luzes continuam e fazem questão de se acender e apagar na minha cabeça.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

Mário Cesariny
Sei o que é dormir encolhida porque me dói o peito, sinto que o meu coração está prestes a partir em cacos. Sei o que é estar aterrorizada por pensar no que vou ter que passar até ultrapassar isto. Sei o que é ter medo de adormecer, de fechar os olhos porque sei que vou voltar a acordar a meio da noite com a cabeça invadida de memórias. Sei o que é todas as noites derramar lágrimas mesmo dizendo para mim própria que não o posso fazer, ele não merece, eu não mereco, isto é inútil, mas vai acabar. Não pode continuar assim. Um dia vou conseguir cessá-las. E depois um dia vão passar a ser dois, e depois dias. Tenho vindo a acreditar que depois disto o meu coração vai ficar forte, como uma pedra. Não me vai acontecer isto próximamente. Não posso ser ingénua. Mas o coração também vai estar mais maduro assim. Sinto que tenho que ultrapassar isto por mim. Tenho que ser forte.
Isolamento. Desamparo. Devastação. Ruína. Extrema tristeza. Aflição. Consternação.
Pensar em ti nunca te trouxe de volta. Tudo o que sei, quanto mais penso mais profunda é a dúvida. Se não há uma ponte como é que eu posso atravessá-la? A mente nublada perturba-me a visão. O coração a sangrar afecta-me a precisão. Rua da desolação. Suspiro. Tentei.
Já não tenho sentimentos. Sinto que mos tiraram sem pudor. Agora sou apenas um corpo que vagueia por aí, sem destino nem objectivo. Apenas vivo cada dia. Pode ser que qualquer dia venha a encontrar um sentido novamente.
Foi assim que me deixaste. Não há esperança, não há amor, não há glória, não há final feliz. Vamos viver o resto da nossa vida mas não juntos.
Eu não quero esperar hoje por algo que pode nunca mostar a sua cara outra vez. Parece ridículo confiar. Lembro-me das nossas vozes. Eu podia chegar ao fim da linha, mas não estou bem.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Dissolveu-se com a chuva. Fugiu de mim.
Sinto que não estou a viver, que alguém o está a fazer por mim.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

É isso mesmo. Sinto que estou à beira de um abismo e a qualquer momento posso cair, ao mínimo toque. E serei engolida por toda aquela escuridão ...
"A verdade é que o tempo passa."
"Abismos do quotidiano."
"Estou dentro de mim ... olhando um mundo que não sou eu."
"A porta permanece fechada."

Jaime Salazar Sampaio
"Despertam-me um desejo absurdo de sofrer."

Cesário Verde
Estou cansada de tanto sentir.
Simplesmente não o posso fazer sózinha. Preciso que construas o castelo comigo. Preciso que remes no mesmo barco que eu. Não consigo fazer o papel dos dois. Como houve falta de interesse só pude desistir. Já havia demasiado cansaço da minha parte. Não me tentes levantar mais porque eu já caí e já estou num buraco bem fundo. Já não vale a pena. Esquecerei.
Deste-me o que precisava para alcançar. Voltas-te a acender o meu fogo. Fizeste-me sentir a rapariga mais feliz do universo e arredores. Contigo estava bem. Senti que me podia entregar totalmente. Senti-me completa. Senti-me contigo. Tinha tudo. Estava enganada. Agora já não tenho nada.
Não vou cair outra vez. O meu coração está trancado. Com mil correntes. Estou fechada. Com um pé atrás. Não quero cair no mesmo erro novamente. Preciso de segurança.
É horrível saber quando acaba. Saber que tudo caiu. Saber que não mais nada que eu possa fazer ou dizer. Que tentei tudo e mesmo assim não foi suficiente. Que ao meu alcance posso lamentar. Lamentar não poder ser feliz assim. Agora o pássaro voou da minha mão. Por mais que tente eu não tenho asas e não o posso apanhar. Resta-me as memorias de quando ele estava nos meus braços e quando tinha o poder de o acariciar e lhe sabia dar o devido valor. Apenas vai restar saudades. Saudades de algo que me pertenceu e que agora se tornou em cacos. Tal como o meu coração porque te perdi. E desta vez foi de vez. As lágrimas não caem. não tenho forças para chorar. Tudo acabou. Não qualquer esperança que volte a ser o mesmo. Magoa. Mas magoa menos ao saber que estas feliz mas sem mim. Ao menos um de nos está bem. E parecendo que não, isso é importante para mim. É importante para mim ver-te bem e com um sorriso na cara. Por mais ridículo que pareça, ao estares bem parte de mim esta bem. Restam recordações. E para mim não foi em vão apesar de saber que para ti foi. Agora vou habituar-me a tal facto. Vou ultrapassar. Seguir em frente. Agora tenho tudo para o fazer. Não me vou mais agarrar a ilusões. Vou ser mais forte que isto. Vou superar. Um dia. Vou ser feliz.

A vida num sorriso!

Fotografia: Inês Carmo
"não teremos sinal se não o de saber que irá por onde fomos um para o outro vividos."
Mário Cesariny Vasconcelos

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O silêncio é das coisas mais frustrantes. Saber que não está nas tuas mãos. Saber que já fizeste o que podias e que agora já não depende de ti. Faltar uma resposta. As coisas estarem pendentes ...
Repensando nas coisas vejo que pode haver um pouco de esperança. Mas tenho medo. Não me quero desiludir. Não quero sofrer outra vez. Pode não ser nada mas só te queria sentir comigo novamente.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

"Espelho meu, espelho meu, será o teu mundo melhor que o meu?
Terás guerras e fome como como eu tenho no meu planeta? Tens, por ventura, a triste angústia de viver no sítio onde as pessoas vão de oito a oitenta? Diz-me, espelho meu, se tens tamanhas desumanidades como eu tenho no meu mundo.
Vivo numa realidade sem fé onde o respeito é inexistente, sacrifício para combater desigualdades não anda para a frente. Vivo numa realidade em que todos se maltratam, se deitam abaixo e descriminam, e só a dor fica, a dor de ser rejeitado por aqueles que os “assassinam”.
Oh, espelho meu, porque tenho de viver neste mundo enquanto podia viver nesse? Aqui todos sabem dos problemas sociais ou ambientais, mas nada fazem até que a situação se torne apocalíptica. Há falta de ideias, aqueles que nos fazem falta estão sentados no banco, enquanto jogam os financeiros e os mais interesseiros que existem.
Eu não quero viver num mundo assim, espelho meu, sinto-me enganada não pelo mundo mas pelos que aqui vivem. Não se dão ao trabalho de comungarem em prol de um mundo melhor, que a fim do cabo é o desejo de todos.
Mas tudo isto não passa de uma utopia, que de dia para dia, se afasta mais da realidade, que na verdade, é igual à tua, espelho meu.
Por isso, neste mundo e no teu, o amor não rima com poesia, mas devia."

João Charrua
(...) Mas não sei se o meu coração conseguirá esperar para sempre.
(...) Saudade de algo que chegou a ser meu e que tão depressa perdi, escorregou das minhas mãos como algo que quer ser livre, libertar-se. (...)
(...) Questiono-me se alguma vez esta dor no peito aliviará, se as lágrimas secarão com o vento, se o mar conseguirá levar consigo esta tristeza permanente. Se alguma vez recuperarei. Sinto-me fraca, sensível, capaz de cair ao mínimo toque, com toda a pressão. E aí apetece-me ficar no chão, não me levantar. Permanecer. (...) Terá sido ilusão? Será isto tudo na minha cabeça? Uma parte estava comigo, outra estava ali, quase ao meu alcançe. Mas não cheguei lá. (...) Terá sido um erro? (...)
(...) Não se dá o benefício da dúvida, fazem-se juízos de valor. (...) Já não há ligações entre as pessoas. Há falsidade, inveja e interesseirismo. Não há objectivos. Não há liberdade. Não há distinção. São todos iguais. Ninguém pensa por si. São todos consumidos por ideias impostas, introduzidas. Ninguém se questiona. Ninguém faz algo para melhorar. É triste. Estão todos a destruir-se, a cair na redundância, na rotina, na mesma espiral de medo. Não é neste mundo que eu quero viver. Esta não sou eu.
Às vezes é tudo tão rápido. Passa diante dos nossos olhos que nem dá para fazer nada.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

E mais um dia passou e não há respostas. E os dias têm passado e parece tudo estagnado. Morto. E mais dias passarão e nada vai evoluir. Vai tudo manter-se. Sem respostas. Agora e no futuro.
"E se mais que eu, um dia te quiser
não me faltem forças para o ver
gritarei de dentro do peito a emoção
lágrimas que choro por viver "

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Já estou farta de pensar. E até de nunca ter ou vir a ter resposta. Tenho que seguir em frente. Tenho que o fazer. Não por ele. Por mim.
As noites tornam-se difíceis. A dor no peito persiste e parece aumentar de dia para dia.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

"Estou cansada de sonhar, de desejar, de te querer e não te ter, de nunca saber se pensas ou não em mim, se à noite adormeces com saudades no peito ou te deitas com outras mulheres. Depois de todas as palavras e de todas as esperas, fiquei sem armas e sem forças. Sobra-me apenas a certeza de que nada ficou por fazer ou dizer, que os sonhos nunca se perderam, apenas se gastaram com a erosão do tempo e do silêncio." Margarida Rebelo Pinto
"A paixão é mesmo isto, nunca sabemos quando acaba ou se transforma em amor, e eu sabia que a tua paixão não iria resistir à erosão do tempo, ao frio dos dias, ao vazio da cama, ao silêncio da distância. Há um tempo para acreditar, um tempo para viver e um tempo para desistir..."
Margarida Rebelo Pinto
"Cada um sabe a dimensão do próprio sofrimento, ou da ausência total de sentido da sua vida."
Paulo Coelho
"Continua a fazer tudo o que fazia, mas parece que cada gesto perdeu o sentido."
Paulo Coelho
"Existem momentos para agir e momentos para aceitar."
Paulo Coelho
É como se alguém o agarasse e apertasse, com duas grandes mãos fazendo-o bombear mais sangue até ao momento em que começa a fracassar. Deita menos sangue e fica fraco, despedaçado. Já não resta nada. Não houve força suficiente. Desisti.
Agarra. Aperta. Não deixes.
Sempre que oiço falar em ti é como se tocassem novamente na ferida aberta. Parece que as folhas se soltam das árvores e também elas se afastam de mim. O vento leva tudo. Só não consegue levar todo este sentimento que me envolve, todo este vazio. Esse permanece comigo.
Estávamos juntos. Já não havia distância. Era inexplicável. Tive-te comigo. Naquele momento eras meu. Não seria para sempre mas estava feliz. Nada mais existia. Só tu.
Já não há sentido. Nenhuma vontade ao acordar. O corpo está pesado. Tudo passa diante dos meus olhos sem me afectar minimamente. É desinteressante. A vida. Falta de vontade. Os sons atravessam os meus ouvidos mas nada permanece.
"Inventaram o amor. Inventaram o riso e o choro para o poderem suportar."

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

(...) Simplesmente fugiu-me das mãos. Agora é o fim. Acabou. Cheguei ao fim do caminho. Já não posso voltar para trás mas o trilho acabou. Ficarei por aqui. Perdi as forças. Estou no chão sem me conseguir levantar. Permanecerei.
Estou vazia, levaste contigo grande parte de mim. Agora só tu é que a podes devolver. Voltando.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

"Serei eu a tua escolha? (...) Que eu já me escolhi em ti"
Alexandre O'Neill
"Porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis"
António Ramos Rosa
Não posso adiar o amor para outro século
não posso ainda que o grito sufoque na garganta
Não posso adiar ainda que a noite pese séculos sobre as costas e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.

António Ramos Rosa
Às vezes despedimo-nos tão cedo
que nem lágrimas há que nos suportem o
peso da voz à solidão exposta (...)

Às vezes é tão cedo que nos vemos
omitidos
enquanto expõe
o peso insuportável do amor
a despedida (...)

Gastão Cruz
Já não tenho nenhuma, acho que anda por aí algures, a vagear, sozinha e à chuva, sujeita a todas as tempestades, e sinceramente acho que não volta, já esta bem longe de mim, distante, já nem a conseguirei alcançar ... (Esperança)
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos

E por vezes encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.

David Mourão-Ferreira
"Fomos iguais um momento" Mário Cesariny de Vasconcelos
"Não sei onde está o teu coração agora, se ainda vivo lá dentro ou se outra mulher ocupou todo o espaço em que já fui feliz." Margarida Pinto
Estás no meu coração, nas minhas palavras e no meu pensamento.
O meu corpo pode estar entregue a outra pessoa mas o meu coração será sempre teu.

Dói

E o buraco voltou a abrir-se. Parece estar mais fundo que nunca.

Aconteceu

À medida que as nossas mãos estavam unidas e a sua mão percorria o meu corpo, o seu nariz encostou-se ao meu e estávamos próximos novamente. Depois os lábios voltaram a tocar-se e todo aquele sentimento voltava a percorrer-nos.

Passado

Senti-te comigo. Por uns instantes. Nem que fosse por pouco tempo ou agora pertencesse ao passado. Estavas em mim.